Companhia passa a exigir mais rigor na seleção e no acompanhamento do trabalho dos apenados
A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) está revisando o convênio firmado com a Intendência Geral do Sistema Penitenciário de Alagoas (Igesp), de modo a aperfeiçoá-lo. A partir de agora, serão realizadas mudanças nos critérios de seleção e no processo de acompanhamento do trabalho dos reeducandos, a fim de que haja mais proveito das atividades e melhor interação com os funcionários da Casal.
Desde que foi firmado, em 2002, o convênio já beneficiou mais de 500 reeducandos, ajudando-os a se inserirem na sociedade –  atualmente, há 77 reeducandos trabalhando na Casal, exercendo atividades diversas em várias localidades. A experiência, que mostra o comprometimento da companhia com a responsabilidade social, tem sido tão positiva para o Estado de Alagoas, para a Casal e para os reeducandos que se tornou exemplo para outras empresas.
“Durante os 12 anos de vigência do convênio, é inegável o impacto positivo nas pessoas que foram beneficiadas; embora tenham acontecido atos isolados, a Casal ajudou a inserir essas pessoas na sociedade”, afirmou o vice-presidente de Gestão Corporativa da companhia, Jorge Galvão. Os benefícios, segundo ele, favoreceram tanto os apenados quanto a sociedade.
O convênio tem por finalidade a capacitação profissional voltada para a utilização de pessoas condenadas por sentença penal transitada em julgado e que estejam cumprindo suas penas em regime semi-aberto ou aberto. A Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc), atual Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), ficou responsável pela seleção das pessoas que seriam agraciada pelo convênio, ficando a Casal com a incumbência de fazer o acompanhamento do trabalho desenvolvido pelos reeducandos.
A seleção feita pela Secretaria e pela Igesp é realizada tendo por base a competência exigida dos reeducandos e a avaliação psicológica a que são submetidos. No entanto, considerando os recentes acontecimentos envolvendo algumas dessas pessoas, a diretoria da Casal decidiu modificar os critérios de seleção, de forma a dar mais conforto aos seus colaboradores. A direção da empresa, por meio dos gestores do convênio e com o apoio da Assessoria Jurídica e da Seris, está trabalhando para refinar e melhorar o processo de seleção.
De acordo com a assessora jurídica Bruna Monteiro, até que sejam definidos os pontos necessários ao bom andamento do convênio e à garantia do seu sucesso, a Casal manterá suspensas as contratações por meio dos termos atuais. Paralelamente, a Seris e a Igesp farão a avaliação da situação de todos os beneficiados do convênio. A primeira reunião entre esses órgãos e os reeducandos ocorreu no dia 5 de agosto.